Vocês não sabem
que são santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vocês?
Enquanto Cristo não rasga os
céus e desce para buscar sua igreja, vamos vivendo aqui nessa terra cada vez
mais louca. E nesse período no Brasil – estamos em eleições – a loucura subiu em
níveis preocupantes. Pelas ideologias partidárias ou até morais, famílias se
dividiram, amizades acabaram, relacionamentos se estremeceram... Mas a pergunta
que não quer calar: E a igreja nisso?
Guardadas as devidas exceções,
muitos se atrapalharam nessa jornada. Foram apaixonados demais. Talvez no
anseio de ver o seu candidato ganhar, ou achando que A ou B vai mudar o Brasil
e exterminar com todas as suas mazelas. Precisamos ter muito cuidado. Aqui vão
algumas considerações importantes:
A igreja não tem candidato.
Quando falo da igreja, falo do
todo, do corpo de Cristo por inteiro. Não tenho o direito de impor à minha
congregação o meu candidato, ou até eu mesmo, caso esteja concorrendo. E nem tenho
a autoridade de dizer que a igreja ou a denominação vota A ou B. Por uma
simples razão: Cristo é o dono da igreja. Ele deve responder por ela. Vale lembrar
que cada um de nós que somos igreja, temos o nosso preferido. Mas a igreja,
Corpo de Cristo, denominação, a comunidade, ela deve ser conectada à Cristo.
Tanto isso é claro, que o TSE baixou uma norma considerando crime eleitoral o
candidato subir aos púlpitos para pedir votos (https://noticias.gospelprime.com.br/propaganda-politica-no-pulpito-da-igreja-e-crime-eleitoral/).
É importante ressaltar que individualmente, você pode usar as suas redes
sociais, seus relacionamentos para pedir voto para quem você quiser. Pastores,
sempre de maneira individual, podem apoiar o postulante ao cargo público que
quiser, mas vamos deixar a igreja fora disso.
Dentro do Corpo há membros diferentes.
Quando você impõe ou faz
campanha dentro do templo onde a igreja se reúne, você pode atingir pessoas que
pensam diferentes (elas não são obrigadas a pensar como você nessa área). E se
o ministro não tiver o cuidado suficiente para se colocar, ele pode perder o
irmão e “queimar” o evangelho na vida daquela pessoa. Precisamos lembrar que
para Deus, a alma é muito valorosa “(…) Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma
delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca
da que se desgarrou?…Digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa
e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai,
que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.” (Mateus 18.12-14).
Por isso devemos ter cuidado com o que falamos e como expressamos nossa
opinião.
O correto é ensinar e deixar o povo escolher.
O pastor, ou pregador, ou ministro
no exercício de sua função que é pregar a santa Palavra de Deus deve ensinar os
valores bíblicos a seu rebanho e levá-los a uma compreensão onde eu comparo os
valores de Cristo com os valores daqueles que pedem meu voto todo dia seja na
rua, rede social, nas rádios ou até na televisão. Usar o púlpito, a Bíblia, ou elementos
exclusivos da igreja para dar base e respaldo a sua ideologia ou ao seu
candidato é um equívoco enorme. É manipular a Bíblia o seu bel prazer. É errado.
É pecado! Entristece o coração de Deus.
Finalizando
Importante reinterar a fala
inicial. Individualmente qualquer cidadão tem o direito de manifestar a sua
posição político-partidária da maneira que quiser, desde que, obviamente, de
forma ordeira e respeitosa. Agora quando eu uso minha influência para persuadir
o rebanho de Cristo para o candidato da minha preferência, para aquele a qual,
às vezes estou trabalhando, é de uma desonestidade sem tamanho. Façam suas
campanhas, apoiem seus candidatos, discuta assuntos relevantes dentro da
política. É até saudável que ensinemos sobre política de verdade em nossos
púlpitos, ajudemos as pessoas mais alheias ao assunto, mas usá-las, jamais!
Deixe a igreja fora disso. Ela é de Cristo. Que Ele responda por ela. Deus te
abençoe.
Graça e paz!
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