domingo, 15 de julho de 2018

Levo Cristo comigo onde eu estiver

Gálatas 2.20
 Fui crucificado com Cristo. Assim, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim. A vida que agora vivo no corpo, vivo-a pela fé no filho de Deus, que me amou e se entregou por mim.

Caminhando pelo capítulo inteiro onde está inserido esse verso, podemos perceber o Apóstolo Paulo numa dificuldade enorme em lidar com “falsos irmãos” (sim, já existia isso nesse tempo), que mesmo após o sacrifício de Cristo na cruz, ainda obrigavam alguns iniciantes na fé a se circuncidarem, anulando completamente a paixão do Mestre no Gólgota. Diminuindo o derramar do sangue do nosso Salvador (3-5).

Paulo ainda comunica, que os influentes da igreja da Galácia, reconheciam seu apostolado e sua vocação para a pregação do Evangelho Não havia incoerências no discurso de Paulo com o que Jesus tinha deixado de ensinamento em seu ministério terreno. (7-8)

No verso nove, Paulo fala sobre a comunhão existente entr5e ele, apóstolo dos gentios com os primeiros líderes da igreja – Pedro, Tiago e João. Com um aperto de mão, fica combinado que ele ficaria com o povo, o qual já trabalhava (gentios) e os apóstolos de Jesus estariam trabalhando com os judeus que haviam se convertido a fé cristã.

Nos versos de 11 a 14, o apóstolo dos gentios, fala do embate que teve com Pedro, pois tinha adotado uma postura no mínimo estranha com aqueles os quais Paulo discipulava. O antes pescador, comia e bebia com os gentios, estava em comunhão com todos. Mas ao perceber e ter a certeza da presença de seus irmãos da igreja dos judeus, Pedro se afastava deles. Pedro não participava da comunhão. Ele tinha receio da reação de Tiago e de outros líderes.

Em cima de todo esse contexto, precisamos pensar sobre o tema. Tema esse, muito bem escolhido pela Convenção Batista Fluminense para o trabalho de Missões Estaduais nesse ano de 2018. O que esse momento da história da igreja e outros podem nos ajudar a entender a necessidade de levar Cristo onde estivermos.

Levo Cristo com autoridade
Paulo, ao repreender Pedro, demonstra autoridade de um verdadeiro apóstolo. Como se estivesse recebido pessoalmente do próprio Jesus, descrito por Mateus no seu evangelho, no capítulo 10. Mas precisamos estar atentos a alguns detalhes:
ü  Autoridade é conquistada e não imposta.
ü  Autoridade se conquista com ensino. (Mt 7.28-29)
ü  Autoridade não é grosseria, nem falta de educação ou de respeito.
ü  Podemos ter autoridade em amor. As pessoas verão isso em nós.

Levo Cristo com misericórdia (Mt 14.14-16)
O momento é de tristeza. Jesus é avisado da morte do seu primo e precursor João Batista. Morto por vingança, por denunciar o pecado contra o governo da época. Alguns discípulos de Jesus, antes eram liderados por João, por isso também era necessário o Mestre consolar e confortar os seus diante daqueles acontecimentos.

Jesus queria se retirar para reflexão e descanso com os seus discípulos. Alguns vinham do impacto feito, relatado no capítulo 10 de Mateus. Queria, porque não foi o que aconteceu. O texto diz que o Mestre moveu-se de íntima compaixão, de misericórdia, porque o povo que o tinha acompanhado, e que ele tinha dispensado, não “arredou o pé”. O povo não foi embora. Os discípulos até sugeriram isso, mas Jesus foi enfático: “Dai-lhe vós de comer!”.

Devemos levar Cristo onde estivermos porque tem muita gente morrendo sem ele. Sem ao menos experimentá-lo em sua vida. As tragédias e catástrofes e violências cada dia mais recorrente em nossos dias precisam ser alvos da nossa misericórdia. Alimentar uma multidão com fome de Jesus é nossa responsabilidade. É a nossa missão.

Levo Cristo nas oportunidades. (1 Co 10.31)
A glória a Deus deve ser nosso objetivo principal. E quando eu faço as oportunidades valerem a pena, em nome de Cristo, glorifico o nome de Deus e levo Jesus onde estou passando. Quando ajo com correção, com honestidade, com amor, primando pelo certo, objetivando a glória do Senhor, estou levando Cristo a todos e em todos os lugares. Quando sou educado, gentil, formal, paciente e atencioso com todos, mesmo aqueles que testam nossa paciência e nossa santidade. Quando exerço minhas atividades com excelência, seja lá qual for minha atividade e ela sendo honesta, estou levando o Senhor a todos.
Conclusão
É a nossa missão. Cristo nos deixou um legado, ensinamentos mil. Os quais precisamos nos agarrar e impactar essa sociedade cada vez mais doente. Por onde você andar, leve Cristo consigo. Por onde você for leve o nome de Jesus. Graça e paz!

sexta-feira, 13 de julho de 2018

Cuide do seu coração


Provérbios 4.23
Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida.

Algumas informações importantes:
- Coração na Bíblia: sede dos sentimentos e impulsos do homem. Dependendo da tradução, pode ser citado mais ou menos 900 vezes nas Escrituras.
- Coração na ciência: Órgão responsável por receber e enviar sangue de e para todo o corpo. Seus batimentos estão entre 109 e 111 mil por dia, bombeando mais ou menos 5 litros de sangue.
No sentido original do texto: mente, vontade, inteligência, lugar das emoções.
É interessante notar também que no texto há a preocupação do “pai-professor” com seu “filho-aluno”.

Por que cuidar do coração?

Porque dele depende a sua vida. (v.23)
Assim como no corpo humano, quando suas emoções morrem, você também falece. Alguns dizem que o homem (ou a mulher) morre quando deixa de sonhar, de viver suas emoções. Aliás, apesar de parecer um termo pejorativo, ou pelo menos figurado, “morrer de desgosto” tem sido cada vez comum. A ferida no “coração”, na alma, nas emoções tem levado muita gente a óbito mesmo.
As pessoas tem se entregado muito facilmente. Em segundos, alguns já viram amigos, parceiros, o “amor da vida”. Em adolescentes é cada vez mais normal. Dois amigos que estão sempre juntos, sentam juntos, fazem atividades juntos, até saem juntos, curtem a mesma coisa. Ao mudarem de escola, acaba a amizade, a afinidade, ficam só as lembranças. A paixão vem cada vez mais rápida e avassaladora. Tem sido constante e muito perigoso esse comportamento. E assim como se entrega muito rápido, as feridas também aparecem cada vez mais depressa.
Assim como na ciência quando nos alimentamos mal prejudicamos o coração, trazendo para o espiritual, quando alimentamos nossa alma com besteira, nossas emoções também serão atacadas e abaladas. Jesus não blefou quando disse que nem só de pão se alimentava o homem, mas também de toda a palavra que sai da boca de Deus. (Mt 4) Jesus fazia referência a nossa saúde espiritual, emocional. Quanto mais tragédia engolimos, mais frios e insensíveis ficamos. Precisamos cuidar do que nos “alimentamos” na alma. Precisamos cuidar mais do nosso coração. Dele depende nossa vida.

Porque o externo expõe o interno. (V. 24-27 / Mt 12.33-35)
Na continuação do texto de Salomão, ele fala sobre aquele que guarda o coração. Como é a vida dessa pessoa...No paralelo com Jesus, o Mestre confronta os fariseus (como sempre) que o condenavam por estar curando no sábado e pelos discípulos terem comido o pão destinado à cerimônia feita pelo sacerdote. Os fariseus, por sua vez, não aliviaram e diziam que Cristo era o autêntico representante de Satanás. E aí Ele responde, pra variar, com muita sabedoria que “a boca fala do que o coração está cheio.” O externo nosso expõe o que vai dentro de nós. Se nosso coração está sujo, poluído, sairá para as pessoas do mesmo jeito. Não há como sair da mesma fonte água doce e amarga – palavras de Jesus.

Porque valorizamos tudo em que colocamos o coração. (Mt 6.21)
No texto fala-se de tesouro (armazém, depósito, cofre), coisas preciosas. O que Jesus quer dizer é para buscarmos o mais importante: a sua justiça. Você já deve ter percebido que sempre que colocamos o nosso coração em algo, mergulhamos naquilo e só saímos se não tiver mais jeito ou quando terminamos. Parece que nada mais importa. Relacionamentos, trabalho, curso, prova, enfim, todos os olhos e emoções são voltados para aquela situação. Um casal apaixonado só tem olhos para aquela paixão devastadora, para outros é o filho, é a carreira...

Conclusão
O Senhor nos orienta a preservarmos o coração. Ele é enganoso (Jr 17.9). Ouvir as emoções sempre não é uma atitude sensata. O apóstolo fala em culto racional. Ou seja, usarmos sempre e mais a razão. Não desprezem a razão, não confie nas intuições emocionais. Ore sempre a Deus e peça a Ele que sempre esteja cuidando do seu coração. Graça e Paz!

terça-feira, 10 de julho de 2018

"Eis o noivo!"

Mateus 25:1-13 (NVI(Br))
1 "O Reino dos céus, pois, será semelhante a dez virgens que pegaram suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo. 2 Cinco delas eram insensatas, e cinco eram prudentes. 3 As insensatas pegaram suas candeias, mas não levaram óleo consigo. 4 As prudentes, porém, levaram óleo em vasilhas juntamente com suas candeias. 5 O noivo demorou a chegar, e todas ficaram com sono e adormeceram. 6 "À meia-noite, ouviu-se um grito: ‘O noivo se aproxima! Saiam para encontrá-lo! ’ 7 "Então todas as virgens acordaram e prepararam suas candeias. 8 As insensatas disseram às prudentes: ‘Deem-nos um pouco do seu óleo, pois as nossas candeias estão se apagando’. 9 "Elas responderam: ‘Não, pois pode ser que não haja o suficiente para nós e para vocês. Vão comprar óleo para vocês’. 10 "E saindo elas para comprar o óleo, chegou o noivo. As virgens que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial. E a porta foi fechada. 11 "Mais tarde vieram também as outras e disseram: ‘Senhor! Senhor! Abra a porta para nós! ’ 12 "Mas ele respondeu: ‘A verdade é que não as conheço! ’ 13 Portanto, vigiem, porque vocês não sabem o dia nem a hora”!"

Algumas considerações sobre esse texto.
1 – A parábola das dez virgens só é escrita por Mateus. Não há registro desse episódio nos outros evangelhos.
2 – Jesus faz referência ao casamento hebreu, que é diferente do casamento ocidental. No casamento hebreu, a época de Jesus, a noiva esperava o noivo na casa dos seus pais. Quando o noivo se aproximava, era anunciado e a moça saía à noite com a sua lamparina, movida a azeite, para encontrar-se com seu prometido. Por isso os casamentos hebreus sempre se realizavam nesse horário.
3 – Com a demora do noivo, sempre era bom a prometida esperá-lo com a já citada lamparina e também com um vaso de azeite para que sustentasse o fogo durante o tempo que fosse necessário.

Jesus faz essa analogia perto de sua morte, porém faz referência a sua segunda vinda. Como seria o seu retorno para estabelecer o seu reino definitivo. Ele faz menção de 10 virgens, que aguardam o noivo para as bodas. Porém ele faz uma ressalva: Cinco eram prudentes e cinco néscias (loucas). Cinco preparadas e outras cinco despreparadas. Essas “virgens” as quais o Mestre faz menção simboliza a humanidade, o povo. Se quer uma forma mais restrita de interpretação, a igreja. Onde todas estão esperando o noivo, entretanto, nem todas irão usufruir da presença do noivo. Que lições nós podemos tirar desse texto? Alguns ensinamentos importantes:

1 – Preciso estar preparado.
Jesus chama as virgens preparadas de prudentes. Ser prudente é estar de prontidão. É estar atenta a toda e qualquer circunstância. É ter “azeite” na reserva. É não perder o foco do momento mais importante: a vinda do noivo. Enquanto o prometido não chega, bate o cansaço, pode até vir o sono, mas nunca perder a fé para não ser pego desprevenido pela volta do Senhor. Podemos até nos surpreender com o que acontece a nossa volta, todavia, sempre ligado, focado no principal: A chegada do noivo!

2 – A volta de Jesus não pode ser medida pelo nosso tempo, mas pelo nosso “nível” de santificação. (Hb 12.14)
14 Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor.
Nesse tempo que vivemos, percebemos muitos querendo retardar a volta do “noivo” por causa dos seus projetos pessoais. Querem casar, ter filhos, netos, bisnetos, realização financeira, profissional, sentimental, enfim, todos os seus desejos e sonhos atendidos antes da volta de Cristo. O autor do livro de Hebreus ressalta que sem santidade, ninguém verá o Senhor. Podemos então entender que na parábola, as loucas não viram o noivo porque se preocuparam com outras coisas (ou não) e não deram a devida atenção ao “pouco azeite” na sua lamparina. Olhando para a igreja primitiva, descrita no livro de Atos dos Apóstolos, percebemos que era um povo que aguardava Cristo para aquele tempo, para aquela época. Quando lemos a primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses, no capítulo 5, vemos que a preocupação do apóstolo era que o povo não dormisse, não se perdesse nos seus desejos e concupiscências e se voltasse exclusivamente para a volta de Cristo. O fato é que temos a sensação que a igreja brasileira poderia avançar ainda muito mais do que avançou se olhássemos para a volta do Mestre. Se vivêssemos todos os dias como se Cristo voltasse ainda hoje mesmo.

3 – Não podemos rejeitar o Espírito Santo.
As mulheres tolas não tinham azeite suficiente em suas lamparinas. O azeite descrito por Jesus é o Espírito Santo. Cristo deixa claro que tolos são os que não agem com espiritualidade. Vivem na carne em todas as áreas da sua vida. É não viver em Deus. É achar que somente levantar a mão num momento de apelo ou apenas “bater cartão” nos cultos da igreja para passar a impressão de fé e de amor a Jesus. Não crescem no Espírito. Não se estabelecem em igreja alguma. São sempre problemáticos e nunca estão preparados. Sempre são pegos de surpresa.

Conclusão
Cristo está voltando. Já se ouve a voz dizendo: “Eis o noivo!” Prepare-se. A hora está chegando... Vigie. O noivo está às portas. Não seja pego de surpresa sem azeite em sua lamparina. Graça e Paz!

domingo, 8 de julho de 2018

Tempo a sós com Deus

Mt 6:5-8 (JFA-RC(Pt))
5 E, quando orares, não sejas como os hipócritas: pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 6 Mas tu, quando orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em oculto; e teu Pai que vê secretamente, te recompensará. 7 E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que por muito falarem serão ouvidos. 8 Não vos assemelheis pois a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.

Jesus está no seu clássico “Sermão do Monte”. Alguns estudiosos dizem que tudo que tem relação com a fé cristã, o Mestre deixou claro nesses capítulos de 5 a 7 do Evangelho de Mateus. Nesse trecho do capítulo, Cristo fala da oração. Mas precisamente uma comparação entre os fariseus e como deveríamos fazer.

Em resumo: Fariseus eram homens conhecedores da Lei, mas estavam longe de praticá-la. E com o aparecimento do Messias, a intenção deles era matar, acabar com a vida de Jesus. Cristo fazia estragos no ensino desses homens e era admirado pela sua autoridade (Mt 7.28-29)

No verso 5, Yeshua os chama de hipócritas porque eles faziam questão de que todos os vissem orando, repetiam suas orações, gritavam nas esquinas. Ele nos ensina sobre o Tempo a sós com Deus. A verdade era que se eles gostavam de ser notados pelas suas orações em público, já tinham recebido suas “recompensas”. Todos os já tinham visto e notado.

O Mestre faz questão de quebrar isso e mostrar que o momento do homem ou da mulher a sós com Deus em seu quarto, tem um olhar especial do Pai. Deus estaria ouvindo a oração e recompensando o aflito. Mas aí surge a dúvida: Deus não ouve outras orações feitas fora desse ambiente? Claro que sim. Mas o Filho nos ensina que ao separarmos um momento a sós com o Senhor, é uma valorização de nossa parte, àquele momento muito especial. É a hora da entrega, do quebrantamento, da lágrima que ninguém vê mas o Pai contempla.

Cristo ensina que ao fecharmos o quarto e nos abrirmos pra Deus, é sinal de que aqueles minutos ali são os mais importantes de nossa vida. Valorizamos a majestade e soberania de Deus, entregando a Ele, e somente a Ele, todas as nossas aflições e angústias.

O Salvador alerta também o perigo de acharmos que “convencemos” Deus através das repetições sem sentido ou que vamos comover o coração de Deus com a insistência no pedido feito aos pés dEle. Isso era prática dos fariseus, dos hipócritas que mostravam uma pseudo comunhão com Jeová.

A prova disso é a frase final desse trecho: “porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.” O Senhor sabe exatamente o que precisamos, o que necessitamos e o que é puro capricho. Ele quer de nós equilíbrio nas prioridades e valorização do momento a sós com Ele.  Ele quer prioridade e exclusividade ao falar com Ele. Quer de nós paixão por esse momento aos seus pés. Valorizemos sempre e sempre um tempo a sós com o Senhor. Graça e Paz!