Introdução: Esse texto é um pedaço muito interessante da história
inicial do povo de Deus. Jacó, casado com duas mulheres, por ser enganado por
seu sogro, é o escolhido por Deus para que seja a origem do povo de Israel,
promessa feita ao seu avô Abraão. E especificamente neste texto, Lia e Raquel
brigam, ainda mais sendo irmãs, pela atenção de Jacó. E começa-se uma disputa
totalmente surreal pelo amor de Jacó. Uma batalha onde a arma para atingir a
outra era o filho que cada uma podia ter. Primeiro absurdo: Criança não é
troféu. É um presente de Deus, herança do Senhor (Sl 127), mas eu não posso
entender duas irmãs numa guerra onde está em jogo, quem tem mais filhos. Ou
seja, elas usaram da cultura do povo para viverem numa situação conveniente.
Cultura porque naquela época, no regime patriarcal, os homens podiam ter várias
mulheres e quando uma mulher era estéril, ela entregava sua serva ao seu marido
e o filho da serva se tornava filho dela também. Assim como fez Sara com Agar e
Ismael. E o fato é que elas usam isso para ajeitar a situação da forma mais
conveniente. E isso tem sido feito ao longo do tempo no reino de Deus. Eu uso
da cultura do meu povo, do costume do meu povo e vivo um “evangelho” cada vez
mais conveniente a mim, não a Deus. O
nosso maior problema no relacionamento com Deus é este, “rituais e cerimônias”
no lugar de “obediência”. É muito bonito termos uma história, uma tradição, uma
cultura, uma crença, uma liturgia, mas estas coisas não podem invalidar a
Palavra de Deus. Crenças como: salvação sem arrependimento(objeção:Atos 3.19),
salvação pelas obras (objeção:Efésios 2.8,9), salvação depois da morte
(objeção:Hebreus 9.27), reencarnação em outra vida para expiar os erros e
faltas da anterior (objeção:Mateus 26.39;1a Coríntios 15.3), consulta aos mortos
(Deuteronomio 18.9-13), astrologia (objeção:Isaías 47.12-15), intercessão de
santos e médiuns(objeção:1Tm.2.5), dulia e hiperdulia (objeção:Mateus 4.10), o
céu é o lugar de todos (objeção: Mateus 25.41,46) e etc. são exemplos de
tradições impostas pelos os homens que contradizem a Palavra de Deus.
1 – Perdemos o referencial de
costumes e doutrinas.
Essa forma de evangelho tem
feito ao longo do tempo um grande estrago na vida de muitos. Muitos se
preocuparam com o seu gosto pessoal, a sua cultura, aos seus costumes e
esqueceram a doutrina de Jesus. Muitos caminham cegos em seus preceitos, em
seus pensamentos porque não abrem a visão e não experimentam o novo de Deus e a
doutrina dele, expressa em sua palavra. É triste ver gente brigando por coisas
tão chulas, e por outro lado, o inferno está cada vez mais cheio. Gente se
preocupando com as honras do mundo e Cristo nos disse que devemos nos preocupar
com o nosso nome escrito no livro da vida (Lc 10.17-20). E aí ficamos tão
presos a esses costumes que quando alguém faz algo diferente do que você está
acostumado, há uma crise, porque você nunca deu espaço para o novo. Essas
mulheres se ativeram aos costumes da época e foram contra ao plano de família
que Deus tem para o ser humano. A família no plano de Deus é um homem, com uma
mulher, gerando filhos. E não essa bagunça que elas fizeram, por anos, na vida
da família. Uma ainda provocava a outra pelo amor de Jacó e se esqueceram de
agradar ao Senhor. Gente que prefere seus costumes e suas culturas do que
adorar ao Senhor de forma genuína e cristalina.
2 – Cristo foi especialista em quebrar costumes. (Marcos 7.1-9)
Jesus, profundo conhecedor do
coração dos homens sabia que a pergunta dos fariseus era capciosa. Os caras
estavam preocupados com a limpeza das mãos dos discípulos não porque era
higiênico mas porque eles impuseram ao povo o pensamento que se alguém come sem
lavar as mãos, é impuro. Um absurdo! E Jesus os repreende e responde com a
Palavra e quando lemos a Bíblia, percebemos vários momentos de Jesus quebrando
os costumes da sua época em nome do Reino de Deus: Jesus quebrou a tradição do
sábado, valorizou as mulheres, repudiou o cinismo dos fariseus nas orações e
nos dízimos (Lc 11.42). E Jesus, de certa forma, foi vítima disso porque quando
ele cura o endemoniado gadareno (Mc 5),
o camarada conta pra todo mundo o que Cristo fez por ele e o povo, ao saber que
os porcos tinham se precipitado, pedem a Jesus para sair da cidade por causa do
prejuízo.
3 – O uso da conveniência
O Aurélio diz que conveniência
é o que traz vantagem, entre outras definições. Lia e Raquel usaram de suas
armas e de situações até constrangedoras para terem a vida que achavam
convenientes. Elas tinham, como eu já disse, o mesmo objetivo, a atenção
majoritária de Jacó. E nisso elas começam a viver e tramar para a situação que
as levariam a uma vida mais vantajosa em relação a outra. E hoje, tem muitos
vivendo o evangelho da conveniência. Não há abertura para o novo, para a quebra
de costumes e qualquer coisa que não seja conveniente, não vale. E isso é muito
perigoso porque até as suas consciências estão cauterizadas porque nem percebem
quando estão errados, quando estão andando na direção contrária a de Deus. E
algumas consequências muito graves:
a) Não
enxerga o seu erro
b) Não tem pudores
c) Não
há consideração
d) Não
dá relevância àquilo que não fez
e) Perde
a comunhão
f) Perde
a fé
g) Abandona
Deus
Colocar a sua vida espiritual
nesse caminho é perigosíssimo porque você está longe do propósito de Deus. Não
abrir mão dos seus costumes, nem dos seus conceitos pelo reino de Deus é sinal
de fracasso na vida espiritual e dor profunda na vida e na família. Termino com
um depoimento do Pr. Carlos Conceição, pastor da Igreja Batista em Sarapuí,
Duque de Caxias, quando ele disse que o ministério dele cresceu quando ele
deixou o costume dos homens e passou a acreditar e viver os mandamentos do
Senhor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário