segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

O Evangelho da Cultura e da Conveniência – Texto: Gênesis 30.1-24

Introdução: Esse texto é um pedaço muito interessante da história inicial do povo de Deus. Jacó, casado com duas mulheres, por ser enganado por seu sogro, é o escolhido por Deus para que seja a origem do povo de Israel, promessa feita ao seu avô Abraão. E especificamente neste texto, Lia e Raquel brigam, ainda mais sendo irmãs, pela atenção de Jacó. E começa-se uma disputa totalmente surreal pelo amor de Jacó. Uma batalha onde a arma para atingir a outra era o filho que cada uma podia ter. Primeiro absurdo: Criança não é troféu. É um presente de Deus, herança do Senhor (Sl 127), mas eu não posso entender duas irmãs numa guerra onde está em jogo, quem tem mais filhos. Ou seja, elas usaram da cultura do povo para viverem numa situação conveniente. Cultura porque naquela época, no regime patriarcal, os homens podiam ter várias mulheres e quando uma mulher era estéril, ela entregava sua serva ao seu marido e o filho da serva se tornava filho dela também. Assim como fez Sara com Agar e Ismael. E o fato é que elas usam isso para ajeitar a situação da forma mais conveniente. E isso tem sido feito ao longo do tempo no reino de Deus. Eu uso da cultura do meu povo, do costume do meu povo e vivo um “evangelho” cada vez mais conveniente a mim, não a Deus. O nosso maior problema no relacionamento com Deus é este, “rituais e cerimônias” no lugar de “obediência”. É muito bonito termos uma história, uma tradição, uma cultura, uma crença, uma liturgia, mas estas coisas não podem invalidar a Palavra de Deus. Crenças como: salvação sem arrependimento(objeção:Atos 3.19), salvação pelas obras (objeção:Efésios 2.8,9), salvação depois da morte (objeção:Hebreus 9.27), reencarnação em outra vida para expiar os erros e faltas da anterior (objeção:Mateus 26.39;1a Coríntios 15.3), consulta aos mortos (Deuteronomio 18.9-13), astrologia (objeção:Isaías 47.12-15), intercessão de santos e médiuns(objeção:1Tm.2.5), dulia e hiperdulia (objeção:Mateus 4.10), o céu é o lugar de todos (objeção: Mateus 25.41,46) e etc. são exemplos de tradições impostas pelos os homens que contradizem a Palavra de Deus.

 1 – Perdemos o referencial de costumes e doutrinas.
Essa forma de evangelho tem feito ao longo do tempo um grande estrago na vida de muitos. Muitos se preocuparam com o seu gosto pessoal, a sua cultura, aos seus costumes e esqueceram a doutrina de Jesus. Muitos caminham cegos em seus preceitos, em seus pensamentos porque não abrem a visão e não experimentam o novo de Deus e a doutrina dele, expressa em sua palavra. É triste ver gente brigando por coisas tão chulas, e por outro lado, o inferno está cada vez mais cheio. Gente se preocupando com as honras do mundo e Cristo nos disse que devemos nos preocupar com o nosso nome escrito no livro da vida (Lc 10.17-20). E aí ficamos tão presos a esses costumes que quando alguém faz algo diferente do que você está acostumado, há uma crise, porque você nunca deu espaço para o novo. Essas mulheres se ativeram aos costumes da época e foram contra ao plano de família que Deus tem para o ser humano. A família no plano de Deus é um homem, com uma mulher, gerando filhos. E não essa bagunça que elas fizeram, por anos, na vida da família. Uma ainda provocava a outra pelo amor de Jacó e se esqueceram de agradar ao Senhor. Gente que prefere seus costumes e suas culturas do que adorar ao Senhor de forma genuína e cristalina.

2 – Cristo foi especialista em quebrar costumes. (Marcos 7.1-9)
Jesus, profundo conhecedor do coração dos homens sabia que a pergunta dos fariseus era capciosa. Os caras estavam preocupados com a limpeza das mãos dos discípulos não porque era higiênico mas porque eles impuseram ao povo o pensamento que se alguém come sem lavar as mãos, é impuro. Um absurdo! E Jesus os repreende e responde com a Palavra e quando lemos a Bíblia, percebemos vários momentos de Jesus quebrando os costumes da sua época em nome do Reino de Deus: Jesus quebrou a tradição do sábado, valorizou as mulheres, repudiou o cinismo dos fariseus nas orações e nos dízimos (Lc 11.42). E Jesus, de certa forma, foi vítima disso porque quando ele cura o endemoniado gadareno (Mc  5), o camarada conta pra todo mundo o que Cristo fez por ele e o povo, ao saber que os porcos tinham se precipitado, pedem a Jesus para sair da cidade por causa do prejuízo.


3 – O uso da conveniência
O Aurélio diz que conveniência é o que traz vantagem, entre outras definições. Lia e Raquel usaram de suas armas e de situações até constrangedoras para terem a vida que achavam convenientes. Elas tinham, como eu já disse, o mesmo objetivo, a atenção majoritária de Jacó. E nisso elas começam a viver e tramar para a situação que as levariam a uma vida mais vantajosa em relação a outra. E hoje, tem muitos vivendo o evangelho da conveniência. Não há abertura para o novo, para a quebra de costumes e qualquer coisa que não seja conveniente, não vale. E isso é muito perigoso porque até as suas consciências estão cauterizadas porque nem percebem quando estão errados, quando estão andando na direção contrária a de Deus. E algumas consequências muito graves:


      a)      Não enxerga o seu erro      
      b)      Não tem pudores
c)       Não há consideração     
d)      Não dá relevância àquilo que não fez
e)      Perde a comunhão
f)       Perde a fé
g)      Abandona Deus


Colocar a sua vida espiritual nesse caminho é perigosíssimo porque você está longe do propósito de Deus. Não abrir mão dos seus costumes, nem dos seus conceitos pelo reino de Deus é sinal de fracasso na vida espiritual e dor profunda na vida e na família. Termino com um depoimento do Pr. Carlos Conceição, pastor da Igreja Batista em Sarapuí, Duque de Caxias, quando ele disse que o ministério dele cresceu quando ele deixou o costume dos homens e passou a acreditar e viver os mandamentos do Senhor.

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