quinta-feira, 28 de junho de 2018

Os limites do ministério


Atos 20:24

Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar do evangelho da graça de Deus.


Infelizmente, tudo nessa terra tem um fim. Em breve estaremos com Cristo em outra cidade, a Nova Jerusalém. Mas não estaremos mais nessa em que vivemos. Ou seja, tudo aqui tem começo, meio e fim. Assim é a vida nessa dimensão. O ministério não foge à regra. Por sermos seres limitados por tempo, espaço, circunstâncias, também remete ao ministério, à liderança dentro de nossas igrejas. Precisamos conhecer e entender os limites de ação e de permanência em determinado lugar ou liderança.

Poucos dias atrás, o mundo do futebol tomou um susto. O técnico do Real Madrid, Zinedine Zidane, que comandou o clube nos últimos três anos, ganhando todas as edições da Liga dos Campeões – maior torneio de clube do mundo – pediu demissão. Após ganhar a tão sonhada taça do campeonato de clubes mais difícil do mundo, ele se retira, argumentando que não conseguiria inovar no seu trabalho. Que já não tinha tanta presença na vida e na cabeça dos seus liderados. Que pressentia que não conseguiria colocar sua filosofia na mente de seus comandados. Apesar da situação inusitada e inesperada, foi muito elogiado por sua atitude, “saindo por cima”. Valorizado e com o sentimento de dever cumprido.

Óbvio que, quando se fala de ministério, liderança, no ambiente eclesiástico, existe o fator irrevogável: vontade de Deus. Ele que coloca, que tira, que muda, transfere, que sustenta, que trata. Não há como brigar com a vontade de Deus. Aliás, alguns pregadores, erroneamente cita o texto de Jacó lutando com o anjo, de que devemos sempre “lutar com Deus” para conseguirmos algo. Só é necessária a lembrança de que esse mesmo Jacó saiu ferido e nunca mais esteve em suas perfeitas condições. Lutar com Deus não é um bom negócio.

Humanamente falando precisamos perceber quando temos sinais claros de que nosso ministério/liderança está chegando ao limite. É bom sempre estar atento a esses detalhes para que não se estrague relacionamentos e amizades no percurso construído. Ou então, para que evitemos uma “luta com Deus” onde o Eterno libere essas circunstâncias para nos preservar de futuros desgastes.

1 – Não trabalho mais minha inteligência emocional.
Segundo a SBie (Sociedade Brasileira de Inteligência Emocional), Inteligência Emocional é a capacidade de um indivíduo administrar as próprias emoções e usá-las em seu favor, além de compreender as emoções das outras pessoas, construindo relações saudáveis e fazendo escolhas conscientes. Quem tem Inteligência Emocional sabe pensar, sentir e agir de forma inteligente e consciente, sem deixar que as emoções controlem sua vida e se acumulem de forma a reproduzir ou criar traumas. Baseando-se nesse conceito, quando eu não consigo ter mais controle sobre minhas emoções no ambiente do ministério e liderança. Tudo é motivo para irritação, grosseria, sem o mínimo de cuidado com as pessoas ao seu redor. Não há compreensão ou entendimento, sempre bastante emocional e realizando ou dizendo coisas sem ponderar, sem sensibilidade e indiferente aos traumas causados em outrem. Trazendo cansaço, ansiedade, transtornos graves para o ministro/líder e para os seus pares.

2 – Perdi o interesse pelo principal.
No caso da igreja, temos dois focos principais. A exaltação ao nome de Deus e a edificação do Corpo de Cristo (igreja). Quando não temos interesse em nenhum desses motivos, precisamos repensar nossa situação em determinada liderança que estivermos. Os relatos de liderados sobre o “desvio de foco” do líder durante a caminhada se faz concluir que se perdeu a direção, perdeu-se a visão de Deus que foi outorgada, aliado a boas doses de arrogância e vaidade em obedecer à voz do Pai e seus desígnios. Quando saio da trajetória traçada por Deus para minha vida, evidentemente, estarei seguindo meus próprios interesses e desejos. Matar a vontade própria é um desafio daqueles que Cristo nos propõe no seu ministério, colocando em confronto até nossa condição de ser seu discípulo “Da mesma forma, qualquer de vocês que não renunciar a tudo o que possui não pode ser meu discípulo.” (Lc 14.33). Renunciar seus objetivos pessoais pelos de Cristo é uma das maiores provas que podemos dar da nossa condição de discípulo, de servo.

3 – Componentes básicos do relacionamento interpessoal são quebrados.
Durante boa parte da caminhada, sentimentos são construídos e estabelecidos entre liderança e liderados. Entre ministros e ministrados. Admiração, respeito, consideração, reconhecimento da autoridade, alegria pela presença, paz, carinho, cuidado, paciência, longanimidade, mansidão, domínio próprio, enfim. Tem muito mais características, mas talvez sejam essas as principais. Quando a liderança está com os sintomas acima, ela começa a se perder e esses ingredientes importantes para o bom relacionamento são paulatinamente destruídos. Lembrando sempre que a ausência é recíproca. De parte a parte, não se tem mais prazer de um estar com o outro. Tudo leva a briga, discussão, choro, irritação. Desses todos citados acima, o respeito é o mais grave. Dentro dele está a consideração que também é uma lacuna, uma ferida que vai se abrindo cada dia mais. Quando não há mais consideração, é porque chegou o tempo de mudar a liderança. Não há mais preocupação com o outro, em dar satisfação, em fazer tudo pelo bem do outro. Quando as atitudes são mais motivos de criticas, até de indiferenças. “Tanto faz” vira a atitude mais recorrente sem nenhuma cerimônia ou cuidado em magoar o outro. Aliás, difícil alguém se preocupar com tanta indiferença. Não se obtém mais respostas sobre nada. O grupo responde com silencio. As pessoas preferem se afastar a ajudar a erguer. São sintomas cabais de o fim chegou e que precisamos de “novos ares”, novos caminhos, que precisamos estar mais atentos àquilo que Deus quer de mim e do meu trabalho.

Conclusão
Entender que o ministério chegou ao limite não pode ser encarado com vergonha ou medo. Pode se tirar grandes ensinamentos. Por exemplo, maior sensibilidade ao perceber os sintomas de desgaste de uma liderança ou ministério. Esses mesmos fatores citados podem ser observados para que o líder não deixe chegar a esse nível. É uma decisão também bastante importante. Lembrando que isso pode acontecer mesmo com o ministério ‘bombando’, somente acontece em escala menor, as coisas se tornaram mecânicas e já não tem muita profundidade. Que possamos ouvir a voz de Deus com toda a sensibilidade do mundo. E que tenhamos 1 Coríntios 10.31 sempre “em mãos”. Que até o nosso afastamento da liderança/ministério seja para a glória de Deus.
Graça e Paz!

sexta-feira, 22 de junho de 2018

O milagre é uma questão de atitude


Lc 8:43-48 (NVI(Br))
43 E estava ali certa mulher que havia doze anos vinha sofrendo de uma hemorragia e gastara tudo o que tinha com os médicos; mas ninguém pudera curá-la. 44 Ela chegou por trás dele, tocou na borda de seu manto, e imediatamente cessou sua hemorragia. 45 "Quem tocou em mim? ", perguntou Jesus. Como todos negassem, Pedro disse: "Mestre, a multidão se aglomera e te comprime". 46 Mas Jesus disse: "Alguém tocou em mim; eu sei que de mim saiu poder". 47 Então a mulher, vendo que não conseguiria passar despercebida, veio tremendo e prostrou-se aos seus pés. Na presença de todo o povo contou por que tinha tocado nele e como fora instantaneamente curada. 48 Então ele lhe disse: "Filha, a sua fé a curou! Vá em paz".

O texto é sobre a mulher do fluxo de sangue. Doze anos vivendo essa enfermidade. Toda uma história vítima da religiosidade da época, da ignorância de alguns que manipulavam a lei, mas ela tomou uma decisão: mudar a sua história a partir da presença de Jesus onde ela estava.

A aparição dessa mulher (que não sabemos o nome) se dá no meio do caminho quando Cristo estava a caminho da casa de Jairo, chefe da sinagoga, que clamava ao Mestre pela sua filha de 12 anos que estava muito doente. Era a chance dela. Apesar da dor e da angústia do outro.

A multidão aperta Jesus. Todos queriam ver o que chamavam de Messias. Pelos milagres que operava e pela autoridade pela qual ensinava. Enfim, os judeus viam o prometido, a profecia se cumprindo. Aquele que viria ao mundo para dividir a história. E essa mulher vê a oportunidade diante dos seus olhos. Importante ressaltar que ela tinha gasto tudo pela cura e não tinha alcançado a graça de ser limpa. Em cima disso, podemos aprender algumas coisas com ela.

1 – O milagre começa na atitude (v.44)
Quando ela decide se aproximar de Cristo, tocar em Jesus, mesmo que não estivesse se dirigido a ela. Ela se programa para no momento certo (segundo ela) tocar no Mestre, pensando que Ele talvez não percebesse. Ela o toca na orla. A orla era na realidade uma borla que os rabis usavam em suas vestes. O manto era um pedaço grande e quadrado de lã pesada, drapejado sobre as costas da pessoa de tal maneira que a borla de um dos cantos caía entre os seus ombros. No meio da multidão a mulher aproximou-se de Jesus pelas costas e tocou a borla (Moody).

2 – O toque é diferente. (v. 45-46)
A multidão aperta Jesus e ele pergunta “quem me tocou?”. Uma pergunta tola vista pelos seus discípulos ali a sua volta. Mas o momento foi muito mais profundo. Saiu poder de Jesus, porque o toque foi diferente. Foi um toque em meio a multidão, chegou por trás dele, como se não pudesse ser vista ou sentida e encosta nele. O toque é diferente. Sai poder de Jesus. O toque é de alguém que está ardendo em fé, em ousadia, que toma uma atitude para mudar a sua vida. Era a sua única oportunidade. Para alcançarmos o milagre, precisamos fazer algo que não fazemos. É necessário agir como nunca agimos. Uma noite inteira de oração, uma oferta que nunca demos, um tempo a sós com Deus que nunca tivemos. Um evangelismo que nunca fizemos. Um discipulado que nunca realizamos. Enfim, a fé precisa ser concreta, precisa de atitudes diferentes.

3 – Não tenha medo da reação de Jesus (v. 47-48)
Depois que Jesus expõe o poder que saiu de si, a mulher se apresenta como aquela que o tinha tocado. Com medo, tremendo, mas curada. Talvez ela tenha pensado que Jesus ia brigar com ela pelo fato dela não ter pedido pra ser curada. Ou que Jesus jamais poderia tocá-la “sem que ele soubesse”, já que o toque foi por detrás dEle. Mas Jesus trás em sua resposta alívio e confiança renovada para que ela recomeçasse sua vida. Em muitas vezes não tocamos nas vestes de Jesus, não fazemos algo diferente para Cristo porque pensamos que Jesus ficaria “chateado” com a nossa adoração extravagante, com a nossa postura de fé.

Conclusão – A palavra do Mestre para aquele momento. A fé dela tinha curado. A atitude de crer e tocar em Jesus, ou seja, dá ares concretos a sua crença, recebe o carinho e a confiança reforçada na caminhada. Deus jamais rejeitará atitudes fora dos padrões. Deus jamais dirá não a uma manifestação de fé. O milagre que você precisa pode estar na atitude que você ainda não tomou. Graça e Paz!

segunda-feira, 18 de junho de 2018

A responsabilidade é de todos!


Efésios 6.1-4
1 Filhos, obedeçam a seus pais no Senhor, pois isso é justo.
2 "Honra teu pai e tua mãe", este é o primeiro mandamento com promessa:
3 "para que tudo te corra bem e tenhas longa vida sobre a terra".
4 Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.

A sociedade está cada vez mais individualista. Tudo concorre para que o ser humano seja único, porém solitário. Especial, porém sozinho. Soma-se o fato de que desde o Éden, o ser humano não tem nenhuma vergonha e não faz nenhuma cerimônia para colocar a culpa no outro, se isolando cada vez mais.

Por falar nisso, é cada vez comum, colocar a responsabilidade no outro. Sempre foi o outro, nunca fui eu, ou a minha incompetência, ou a minha displicência. Na família acontece de igual maneira. Sempre colocando a culpa sobre o outro, ou sobre fatores, ou sobre situações, ou em cima de sentimentos e pensamentos. Nos fatores externos e nas circunstâncias que não “temos como influenciar”.

No casamento, a esposa acusa o marido, que por sua vez, aponta em direção contrária. Na relação com os filhos é a mesma coisa. Os responsáveis direcionam sua reclamação para os filhos que por sua vez, reclamam dos pais mas só vivem no seu mundo limitado a um aparelho celular e um fone de ouvido e suas várias contas de redes sociais.

O apóstolo Paulo fala a igreja de Éfeso da responsabilidade de todos nesse processo bem sucedido da família naquela época e quanto mais nessa que vivemos, tamanho é o arsenal de Satanás para tirar nossas famílias do eixo, da linha traçada pela Palavra de Deus.

Paulo alerta os efésios sobre essa responsabilidade. No verso 1 ele chama a atenção a tremenda tarefa que os filhos tem: obedecer. No original tem o sentido de “alguém que vem a porta ver quem é depois de ser chamado” (strong). E que isso é justo – original: aceito por Deus -. Deus se agrada daqueles filhos que obedecem a seus pais, em algumas situações até contra a sua vontade, mas fazem para honrá-los. Fazem por respeito à autoridade.

Parece meio clichê, mas ninguém escolheu a família onde nasceu por isso precisamos aceitar a que Deus nos deu, mesmo com todos os defeitos e dificuldades que venham a aparecer. Importante nesse “processo”, os filhos honrar os seus pais com a obediência, o respeito e a consideração. Segundo o texto, honrar os pais nos dá vida longa nessa terra. Moody diz que podemos projetar a vida eterna se respeitamos e guardamos as instruções dos nossos pais. Salomão, em toda a sua sabedoria, diz que o castigo, a correção livra a alma do inferno (Pv 23.13-14). Engana-se quem pensa que a questão da terra, ficará só por aqui. O que fazemos aqui nos projeta para a eternidade.

No verso quatro, o apóstolo dos gentios enquadra pais que talvez ainda não se acharam em seus papéis. A sociedade patriarcal já se foi. A família hoje, cada vez mais tem voz e vez. Todos. Arrisco dizer que independente da idade. Crianças pequenas têm muito mais voz e vez em muitas famílias. Porém, no que tange a essa orientação, é interessante observar como tem pais que fazem questão de ter a inimizade dos filhos. Parece que quanto mais os irritam, mais satisfeitos ficam. É triste, porque família é lugar de aconchego, lugar de vida, de paz. Os nossos lares são verdadeiras (ou deveriam ser) casas de paz. O refúgio onde encontramos tranquilidade, afeto, comunhão, nesse mundo cada vez mais individualista e sem sentido coletivo.

Paulo não se esquece de ninguém nessa sua mensagem. Porque todos têm a sua responsabilidade. Todos têm um papel e uma tarefa importante dentro desse contexto de lar. Óbvio que há pessoas que tem feito sua parte e talvez se sintam sozinhas nessa. Para elas, é fundamental a insistência. Que se cumpra o que precisa ser feito, sem esperar a tal da reciprocidade tão buscada por aí e que tem feito tão mal para tantos. A verdade é que cada um tem algo a fazer. Cada um tem uma grande responsabilidade. Precisamos ter atenção à Palavra de Deus. Ela nos alerta para esses perigos iminentes. Deus abençoe sua família. Graça e paz!

sábado, 16 de junho de 2018


Atestado de Incompetência





Mas, muitos dos que tinham ouvido a mensagem creram, chegando o número dos homens que creram a perto de cinco mil. (Atos 4.4)

O ser humano na sua essência é muito competente. A inteligência da humanidade é algo assustador. A cada dia, a cada hora, a cada segundo, nasce algo novo. Nesse momento, que escrevo esse texto, está nascendo algo diferente na sociedade. Uma tecnologia nova, uma forma nova de emagrecer, de economizar, enfim, somos muito competentes.

Na outra ponta da corda tem a incompetência. Que pode ser tratada como preguiça de estudar uma melhor forma, uma falta de vontade de quem não quer mergulhar no profundo do saber, ou na melhora da sua própria vida e dos seus, ao redor. Há pessoas que preferem diminuir o resultado do próximo, só pelo fato de não conseguir os objetivos alcançados ou por conveniência, ou por conivência mesmo. O fato é que a minha incompetência pode aparecer de várias maneiras e de diferentes jeitos.

Em se tratando de vida eclesiástica, percebe-se ao longo do tempo, que muitas congregações preferiram reclamar a fazer, criticar em vez de influenciar, se omitir em vez de ajudar, colocando cada vez mais obstáculos, expondo assim, uma tremenda incompetência e ainda uma arrogância desmedida porque parece que só o que fazemos é o certo ou tem valor pra Deus, como se tivéssemos o pleno domínio daquilo que Deus aprova ou não. É claro que não rejeitamos sua palavra e nem seus modos de agir, mas limitar a sua aprovação aos nossos gostos pessoais é completamente arrogante e presunçoso.

O Texto de Atos acima foi retirado do momento em que Pedro está pregando o Evangelho e é coagido pelos fariseus e saduceus para que não falasse mais “daquele” Cristo porque os perturbava. Interessante que a Palavra de Deus impacta a todos “para o bem e para o mal”. Para o bem porque transforma o pecador de seu pior estado para a maravilhosa luz. Como alguns gostam de dizer, da lama até a mesa dos príncipes. “Para o mal” porque aquele que não dá lugar à Palavra é incomodado por ela, mas em vem de render-se, prefere o ataque, a afronta. Pedro permanece ministrando as Escrituras e, contando só homens como costume da época, creram perto de cinco mil almas.

Em cima dessa visão, podemos concluir que ao ministrar a Palavra do Senhor, as pessoas vão se aproximando, crendo e alcançando a salvação em Cristo Jesus. Uma igreja que prega a Escritura com graça, verdade, piedade e amor, tende a crescer pelo poder que há na Palavra ministrada. Não há a mínima possibilidade de uma igreja que esteja baseada em Atos 2.42-47, permanecer vazia, sem vida, com um coração gelado, completamente aliada ao pecado e sem nenhum cuidado com a sua comunidade a sua volta.

Dentro dessa realidade, é espantoso como olhamos para nossas congregações vazias, sem o fervor da comunhão, completamente perdidos em costumes e gostos pessoais como se fôssemos detentores da verdade do Evangelho, perfeitos, e na nossa vaidade, achamos que isso é fruto da “verdadeira igreja de Cristo”. Pedro prega a palavra com autoridade e as pessoas se convertem. Alguns pregam a Bíblia (pelo menos se espera isso) e não acontece nada, as pessoas vão saindo e a resposta é porque a Palavra afasta? E o pior: ao lado, numa igreja linda, com gente feliz, mesmo cheia de problemas, mas com o seu coração ardendo em servir, em estar junta, a resposta é: “Lá não se tem o Evangelho verdadeiro” ou “Deve ter alguma coisa errada”. Ledo engano. A Bíblia não é de particular interpretação (2 Pedro 1.20), Deus sabe que muitos interpretarão a Bíblia com um olhar diferente, talvez por isso tenhamos tantas denominações, tantas formas de olhar a Palavra e tirar dela o melhor. Mas Deus quer de nós fidelidade à Ela(palavra), àqueles que entrarão por nossas igrejas carentes e doentes e que sejamos canal de cura. O que mais importa pra Deus é o homem. Ele entregou Jesus, seu único Filho para salvar toda essa humanidade. Como Deus ama ver uma igreja cheia, uma congregação lotada de pessoas e ele só permite que se mantenha se formos fiéis a ele em tudo, nas orações, entregas, vida, tempo, santidade, comunhão, enfim, tudo!

Quando olhamos nossos templos vazios e criticamos os “cheios”- e que se mantém assim - , que não é somente um momento, ou apenas um movimento, mas sim, uma igreja saudável que cresce debaixo da orientação e aprovação do Espírito Santo, estamos dando nosso atestado de incompetência, onde preferimos criticar o que não fazemos do que tentar fazer algo diferente do que critico. É uma pena! O Reino de Deus poderia ser muito mais palpável do que é, poderíamos ter alcançando muito mais do que já conquistamos. Que Deus nos dê uma visão na qual possamos fazer mais e falar bem menos...Graça e paz!